Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
No Brasil, segundo o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO), existem 1901* aves catalogadas, sendo 695 no bioma da caatinga (único bioma exclusivamente brasileiro). No nordeste algumas espécies estão ameaçadas de extinção em virtude da captura para adorno e principalmente devido a destruição do seu habitat natural.
O Clima quente da “Caatinga (mata branca) “com prolongadas estações de secas e o instável regime de chuvas influência na vida de animais e vegetais, em relação as aves, essa instabilidade contribui decisivamente no processo migratório. Nesse bioma a diversidade de espécies é menor, quando comparado a Mata Atlântica e a Amazônia, entretanto estudos revelam um alto número de espécies endêmicas, ou seja, espécie que só ocorrem naquela região.
É o caso do Carcará, típico morador da caatinga, também conhecido como gavião-caracará. Sua envergadura chega a 123 cm e a sua altura varia entre 50 e 60 cm.“A águia de lá do meu sertão” como descrito por João do Vale, o carcará, na verdade, é um parente distante dos falcões; o pássaro ficou conhecido no Brasil em 1965 em razão da música de João do Vale e José Cândido ter sido regravada por Maria Bethânia.
No entanto, foi o Trio Mossoró quem gravou “Carcará” pela primeira vez pela gravadora Copacabana conquistando o troféu Euterpe, o prêmio de maior importância da Música Popular Brasileira, na época.
Por se alimentar de insetos, anfíbios e qualquer outra espécie que tiver dado bobeira (inclusive filhotes), o carcará é considerado um oportunista e malvado. O trecho da música o descreve:
Carcará, Lá no sertão. É um bicho que avoa que nem avião, É um pássaro malvado Tem o bico volteado que nem gavião...
... Carcará Vai fazer sua caçada, Carcará come inté cobra queimada...
...Os burrego que nasce na baixada Carcará Pega, mata e come.
Conhecida no Ceará como João de Moura, “Casaca de Couro” é uma ave passeriforme (conhecidos como pássaros ou passarinhos) mede cerca de 25 cm de comprimento e vive principalmente no alto das arvores, indo ocasionalmente ao solo para se alimentar. Classificada como ave onívora, ou seja, alimenta-se de insetos, mas não dispensa ovos, sementes e frutas
Na Música de Rui de Morais e Silva, gravada em 1959 pela Columbia; Jackson do Pandeiro em seu primeiro Long Play descreve com exatidão os hábitos dessa ave:
Parece um arapuá Cheio de vara e algodão, O ninho de uma casaca Não parece ninho não,
Parece mais um dos parceiros Dos "pajáu" do sertão.
Em riba do pé de turco Tem um ninho de graveto, Tem garrancho de jurema Tem pau branco, tem pau preto, Tem lenha que dá pra facho Tem vara que dá espeto.
O ninho da casaca é entupido de gravetos, espinhos, plásticos, pedaços de lata e todo tipo de moganga. Tem cerca de 1m de comprimento por 60 cm de altura. Habita a caatinga seca e florestas de galeria (florestas que formam corredores ao longo dos rios). No Sertão é uma das primeiras aves a madrugar, entoando, ainda com o quebrar da barra, sua cantiga.
A Rolinha é entre as aves do Nordeste, à mais conhecida. Pode ser encontrada em muitas regiões do mundo. Na caatinga os nomes mais comuns dessa espécie são: rolinha cafofa, a rolinha caldo de feijão, a rolinha cascavel, a rolinha azul, entre outras.
Os versos a seguir, intitulado “Meu Amigo” do livro “Vintém de cobre: meias confissões de Aninha, de Cora Coralina, externam a beleza e a singularidade poética dessa ave.
“Faz tempo, queria contar para sua ternura, essas coisas miúdas que nós entendemos. Ah! Meu amigo e confrade... As rolinhas... as últimas, fogo-pagou, cantaram a cantiga da despedida no telhado negro da Velha Casa. Cantaram em nostalgia toda uma certa manhã passada. Olhei. Eram cinco, as derradeiras. Levantaram voo e se foram para sempre."
Luiz Gonzaga gravou um compacto simples e dois LPs oficiais na Odeon. No primeiro disco, que saiu sem título em 1973, destaca-se “Fogo Pagou” de Rivaldo Serrano de Andrade. A rolinha fogo pagou caracteriza-se pelo tamanho maior e plumagem mais branca, produzem um som acentuado quando voam e o nome de uma onomatopeia do canto. Jorge de Altinho homenageou Luiz Gonzaga regravando a música.
A Nota interessante das rolinhas é que elas são de modo geral consideradas aves preguiçosas, isto é, faz seu ninho sem muito capricho. Basta juntar um pouco de gravetos e logo vão colocando os ovos.
Não se pode esquecer do Sabiá. O laranjeira é conhecido como sabiá peito-roxo, sabiá gongá, sabiá vermelha ou sabiá amarelo em várias regiões do Brasil. É comum no Nordeste e grande caçador de pequenos insetos e vermes o que faz esgravatando o chão, pulando em muitas direções e sempre agitando as asas e a cauda. Seu voo é sempre oscilante.
Considerada nossa ave símbolo, o canto do sabiá é um dos mais belos do Brasil. A época em que seu canto é mais delicioso é depois das primeiras chuvas, aliás, é sinal de invernada segundo a experiência sertaneja.
A ave sempre foi tema de canção. O baião sabiá de Luiz Gonzaga e Zé Dantas foi gravado originalmente por Luiz Gonzaga em agosto de 1951 no lado A do 78 rpm 800827 da gravadora RCA Victor. Com subtítulo no original de “siu! siu, a música também foi gravada por Nando Cordel em dueto com Luiz Gonzaga em disco de Nando Cordel lançado pela RCA, em 1981.
Sabiá é um clássico do Cancioneiro Brasileiro e já foi regravada por diversos artistas incluindo a paraibana Elba Ramalho e o pernambucano Geraldo Azevedo.
Finalmente o Periquito. No long Play “minha bodega” de 1983, o Trio Nortista engrossou a longa lista de músicas de duplo sentido que permeou a existência desse bichinho. Espie só:
Lá em casa a mulher cria um periquito, O bichinho é sabido e falador, De vez em quando que recebo uma visita, O periquito me pergunta que hora eu soco a minha ( ou é o sol caminha?)
Mas isso é conversa para uma nova prosa.
Para sempre seja Deus louvado!
01)(UECE-2014)Bioma que ocupa cerca de 12% do território brasileiro e apresenta clima quente com secas prolongadas. Nele, estudos recentes têm revelado a existência de alto índice de espécies endêmicas: dentre suas aves típicas, destaca-se o carcará; quanto à vegetação, as cactáceas são suas representantes. Pode-se afirmar corretamente que essa descrição corresponde ao bioma denominado
A) Mata Atlântica.
B) Campos sulinos.
C) Cerrado.
D) Caatinga.
02)(FGV-2002). Essa região brasileira apresenta as seguintes características geoambientais: pluviosidade irregular, em torno de 750mm/ano, concentrada num período de 3 a 5 meses. Ocorrem períodos agudos de estiagem, quando a precipitação pluviométrica cai para cerca de 450-500mm/ano. As temperaturas são altas, com taxas elevadas de evapotranspiração e balanço hídrico negativo durante parte do ano. A insolação é muito forte, 2.800horas/ano, e está aliada à baixa umidade relativa.
Fonte:
http://www.cnpma.embrapa.br/projetos/prod_int/regiaos f.html
O tipo climático e a região brasileira correspondentes ao texto são:
A. Subtropical – Região Centro-Sul.
B. Tropical de altitude – Região Sudeste.
C. Semi árido – Região Nordeste.
D. Tropical – Região Sudeste.
E. Desértico – Região Nordeste
Respostas:
01 - D
02 - C
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